Eu costumava reger o mundo Mares se agitavam ao meu comando Agora, pela manhã, me arrasto sozinho Varrendo as ruas que costumava mandar
Eu costumava jogar os dados Sentia o medo no olhos dos meus inimigos Ouvia como o povo cantava: "Agora o velho rei está morto! Vida longa ao rei!"
Por um minuto segurei a chave Próximo as paredes que se fechavam pra mim E percebei que meu castelo estava erguido Sobre pilares de sal e pilares de areia
Eu ouço os sinos de Jerusalém tocando Os corais da cavalaria romana cantando Seja meu espelho, minha espada e escudo Meu missionário em uma terra estrangeira Por um motivo que eu não sei explicar Quando você se foi não havia Não havia uma palavra honesta Era assim, quando eu regia o mundo
Foi o terrível e selvagem vento Que derrubou as portas para que eu entrasse Janelas destruídas e o som de tambores O povo não poderia acreditar no que me tornei
Revolucionários esperam Pela minha cabeça em uma bandeja de prata Apenas uma marionete em uma solitária corda Oh, quem realmente ia querer ser rei?
Eu ouço os sinos de Jerusalém tocando Os corais da cavalaria romana cantando Seja meu espelho, minha espada e escudo Meu missionário em uma terra estrangeira Por um motivo que eu não sei explicar Eu sei que São Pedro chamará meu nome Nunca uma palavra honesta Mas, isso foi quando eu regia o mundo
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Há alguns anos atrás, ainda na condição de filha adolescente, eu tinha uma gata (da qual não me lembro sequer o nome, mas que era a mãe do Sucuri, um gato muito figura). Por ela ter ido para a nossa casa ainda bebê (ao contrário dos outros, que nos adotavam ou eram adotados já adultos), pude acompanhar as diferentes fases da sua vida e em especial a sua primeira gestação. Não que isso me causasse grandes comoções ou interesse, mas me recordei dela porque pude ver de perto um parto pela primeira vez. Não que o parto em si tivesse também sido marcante (embora me chamou a atenção o fato de quase não existir sangue, ser silencioso e “limpo”, coisa que no meu imaginário permeado de imagens criadas por filmes e TV fosse impossível). O que realmente me marcou foram os momentos antes dele. Sua inquietação nos dias anteriores, como se algo lhe faltasse, como se houvesse uma urgência em terminar o que não estava ainda pronto. Seu olhar de “gratidão” quando lhe arrumei uma caixinha com panos limpos em um lugar tranqüilo depois de finalmente perceber o que estava para acontecer. Seu silêncio quase real (de realeza) e digno, embora cheio de sofrimento; sua ausência de sons e miados quando as contrações começaram a ficar realmente fortes e visualmente perceptíveis para mim. Seus olhos grandes e úmidos, ao mesmo tempo assustados e confiantes durante o trabalho de parto. Acho que poucos momentos nos mostram tanto a nossa real “condição” (talvez apenas a morte) e nos igualam em todos os aspectos com os nosso outros irmãos. Tão simples e real. Tão próximo e cada vez mais distante (no sentido do controle pessoal e do respeito).
“Solução melhor é não enlouquecer mais do que já enlouquecemos, não tanto por virtude, mas por cálculo. Controlar essa loucura razoável: se formos razoavelmente loucos não precisaremos desses sanatórios porque é sabido que os saudáveis não entendem muito de loucura. O jeito é se virar em casa mesmo, sem testemunhas estranhas. Sem despesas.”
Rachel de Queiroz
"A gente nasce e morre só. E talvez por isso mesmo é que se precisa tanto de viver acompanhado"
Mário Quintana
"Viver é acalentar sonhos e esperanças, fazendo da fé a nossa inspiração maior.É buscar nas pequenas coisas, um grande motivo para ser feliz!"
Machado de Assis
“depois... depois, querida, ganharemos o mundo, porque só é verdadeiramente senhor do mundo quem está acima das suas glórias tolas e das suas ambições estéreis."
Augusto dos Anjos
"Ah! Dentro de toda a alma existe a prova de que a dor como um dardo se renova quando o prazer barbaramente a ataca..."