terça-feira, 12 de maio de 2009

As aparências enganam...


Susan Boyle cantando essa música maravilhosa do Les Miserables... Lembrei de Fantine, da toda a dor que existe por aí, da perda da inocência e de como escolhas erradas podem matar...



I Dreamed a Dream

Eu sonhei um sonho num tempo que já se foi
Quando esperanças eram elevadas e valia a pena viver
Eu sonhei que o amor nunca morreria
Eu sonhei que Deus perdoaria

Então eu era jovem e destemida
Quando sonhos eram feitos e usados e desperdiçados
Não havia nenhum resgate a ser pago
Nenhuma canção não cantada, nenhum vinho intocado

Mas os tigres vêm à noite
Com suas vozes suaves como trovão
Como eles despedaçam sua esperança
Transformando seus sonhos em vergonha

E ainda sim sonhei que ele veio até mim
E que viveríamos os anos juntos
Mas há sonhos que não podem ser
E há tempestades que não podemos prever

Eu tive um sonho que minha vida seria
Tão diferente deste inferno que estou vivendo
Tão diferente daquilo que parecia
Agora a vida matou o sonho que sonhei

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Minha alegria, meu cansaço...

Soneto para o meu amor




SONETO LXX
Se te censuram, não é teu defeito,
Porque a injúria os mais belos pretende;
Da graça o ornamento é vão, suspeito,
Corvo a sujar o céu que mais esplende.
Enquanto fores bom, a injúria prova
Que tens valor, que o tempo te venera,
Pois o Verme na flor gozo renova,
E em ti irrompe a mais pura primavera.
Da infância os maus tempos pular soubeste,
Vencendo o assalto ou do assalto distante;
Mas não penses achar vantagem neste
Fado, que a inveja alarga, é incessante.
Se a ti nada demanda de suspeita,
És reino a que o coração se sujeita.

William Shakespeare

Tudo passa, já dizia a "dona Maria". Isto também passará. Te amo.

O SONO DA RAZÃO DESPERTA MONSTROS




"O título acima é o nome de uma gravura do pintor espanhol Francisco de Goya (1746-1828). Nela, um homem cochila sobre uma mesa, semideitado, enquanto monstros parecidos com imensos e terríveis morcegos voam ao redor aterrorizando sua lucidez. A mensagem do mestre espanhol com a gravura é cristalina: quando a capacidade de pensar, exclusiva da espécie humana, é turvada pela força dos instintos (agressividade, impulsividade, enfim, ausência de raciocínio), inerentes a todas as espécies animais como mecanismo de sobrevivência e autoperpetuação, o resultado são seres cuja existência pendular e oblíqua igual ao vôo dos morcegos pode ora oscilar para a misantropia, ora para a antropofagia, ora para sociopatias ainda mais agudas e severas. E, ao contrário de Batman (homem-morcego do bem), estes monstros são legítimos, cujo peso das patas impõe-se em detrimento da boa luz das idéias, ofuscando-as na marra"(Fernando Mendonça).


Ando vendo por aí muita gente boa, "dormindo"... É preciso cuidado. Torna-se quase imperativo que os "cidadãos de bem", em todos os ambientes, públicos ou privados, mantenham sempre desperta a razão proposta por Goya em sua gravura de 200 anos atrás. Porque ela não apenas afugenta os monstros. Também os confina no lugar mais adequado e justo a todos eles: a escuridão permanente e distante de qualquer facho de luz.