"O título acima é o nome de uma gravura do pintor espanhol Francisco de Goya (1746-1828). Nela, um homem cochila sobre uma mesa, semideitado, enquanto monstros parecidos com imensos e terríveis morcegos voam ao redor aterrorizando sua lucidez. A mensagem do mestre espanhol com a gravura é cristalina: quando a capacidade de pensar, exclusiva da espécie humana, é turvada pela força dos instintos (agressividade, impulsividade, enfim, ausência de raciocínio), inerentes a todas as espécies animais como mecanismo de sobrevivência e autoperpetuação,
o resultado são seres cuja existência pendular e oblíqua igual ao vôo dos morcegos pode ora oscilar para a misantropia, ora para a antropofagia, ora para sociopatias ainda mais agudas e severas. E, ao contrário de Batman (homem-morcego do bem), estes monstros são legítimos, cujo peso das patas impõe-se em detrimento da boa luz das idéias, ofuscando-as na marra"(Fernando Mendonça).
Ando vendo por aí muita gente boa, "dormindo"... É preciso cuidado. Torna-se quase imperativo que os "cidadãos de bem", em todos os ambientes, públicos ou privados, mantenham sempre desperta a razão proposta por Goya em sua gravura de 200 anos atrás. Porque ela não apenas afugenta os monstros. Também os confina no lugar mais adequado e justo a todos eles: a escuridão permanente e distante de qualquer facho de luz.
Esperamos que todos os monstros, internos e externos, tenham a felicidade de se encaminhar, finalmente, para a harmonia, a beleza, a luz, despertando todos os potenciais de amor de suas almas e se colocando em posição de luz para os que caminham com pouco lume.
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